NADA SERÁ CAPAZ DE TE ABALAR,SE VOCÊ ESTÁ ESTABELECIDO COMO A TAMAREIRA NO DESERTO
Durante uma guerra, é comum alguns inimigos utilizarem ameaças como estratégias para abalar a confiança de seus oponentes. Por exemplo, lembremo-nos de Davi (1Sm 17:42,43), servo do Senhor, que não deu ouvidos às ameaças do gigante filisteu e continuou firme em sua decisão de derrotá-lo (1Sm 17:45,47).
As perseguições sofridas pela igreja de Esmirna não foram suficientes para afastá-la da presença do Altíssimo (Ef 6:13).
As ameaças e as perseguições ao povo de Deus permanecem até os dias de hoje. Atualmente, os maiores conflitos encontram-se nos campos político, midiático e cultural, mas a Noiva do Cordeiro não se abala (Sl 125). Ela permanece firme, acreditando que o Senhor dos Exércitos está no controle de todas as coisas (2Cr 20:17).
Tamareira sua origem encontra-se nas regiões desérticas do Norte da África e do Sul da Ásia. Apresenta um simbolismo religioso por vários aspectos. É uma palmeira cuja raiz persevera nas profundidades da terra até que encontre a água que a sustentará. Mantém-se firme e reta perante as adversidades do deserto e as tempestades de areia, além de oferecer um fruto de teor altamente energético para os peregrinos que por ela passem.
A ROCHA DAS PALAVRAS DE CRISTO
Nossa saudade diante de uma perda é nossa saudade, mas nossas respostas dependerão de como construímos nossas vidas? Somos aqueles que vamos a Jesus, ouvimos suas palavras e as praticamos?
Jesus nos ajuda nesta tarefa, ao usar uma parábola, registrada em Lucas e em Mateus.
Lucas (6.48-49) registra os ensinos de Jesus nos seguintes termos:
"Eu lhes mostrarei com quem se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica.
É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída.
Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa”.
(Lucas 6.47-49)
Mateus conta a mesma parábola, com palavras diferentes, mas as mesmas idéias.
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda”.
(Mateus 7.24-27)
Quando lemos estas palavras, nós temos que nos perguntar sobre os fundamentos de nossas vidas. Quando nos deparamos com situações de perda, nós temos que olhar os fundamentos sobre os quais estão nossas vidas. Quando nos relacionamos com colegas e amigos, com perspectivas diferentes das nossas, nós temos que olhar os fundamentos sobre os quais estão nossas vidas. Quando freqüentamos escolas, lemos livros, revistas e jornais, ouvimos música, assistimos filmes, com visões convidativamente diferentes das nossas, nós temos que olhar os fundamentos sobre os quais estão nossas vidas.
Nós somos convidados a construir nossos projetos, sonhos, relacionamentos, desejos e perspectivas sobre a rocha (com letra minúscula).
OUVIR NEM SEMPRE É OUVIR
Jesus não nos fala sobre as características desta rocha, porque apenas faz uma comparação, para ilustrar o convite a uma vida atenta à Palavra de Deus.
Por causa de nossa natureza, temos dificuldade em ouvir as palavras de Cristo. Ouvir é um verbo que tem duas dimensões: a primeira é fisiológica, tendo a ver com audição; no caso da Palavra de Deus, tem a ver com ler a Bíblia, para ouvir Deus falar. A segunda dimensão é existencial, tendo a ver com atenção; no caso da Palavra de Deus, tem a ver com levar os ensinos contidos na Bíblia a sério.
Vou fazer uma comparação. De vez em quando cruzamos com um pai (ou mãe) levando seu filho pequeno à escola. Estão de mãos dadas. A criança fala sem parar. O pai está ouvindo no plano fisiológico, mas nem sempre o está existencialmente. Se o filho pedisse ao pai que repetisse suas palavras, dificilmente este conseguirá, porque não estava prestando atenção. Ele fazia que ouvia, mas não ouvia de fato.
Jesus fala destas pessoas, que fazem que ouvem as suas palavras mas não ouvem. Temo que muitos de nós não ouvimos as palavras de Cristo.
Alguns não as ouvimos no primeiro sentido, isto é, não lemos a Bíblia. Outros não as ouvimos no segundo sentido; lemos, mas não somos moldados por ela; não temos a mente de Deus, mas a nossa, ou melhor, a do nosso tempo. Temos a ilusão que pensamos por nós mesmos, mas apenas trocamos de mentor. Deixamos o Mentor (com letra maiúscula), em troca de mentores (com letra minúscula).
Somos, então, convidados a ouvir as palavras de Cristo. Quem as ouve é alguém que constrói sua vida sobre a rocha.
QUE SOLO SOU?
Jesus diz que são felizes os que ouvem as Suas Palavras (Mateus 13.16) e lamenta por aqueles que se tornaram insensíveis, por ouvirem de má vontade e fecharem os seus olhos. "Se assim não fosse" -- conclui Jesus -- "poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se" (Mateus 16.15).
É para ilustrar esta verdade que ele conta a parábola do semeador, que talvez devesse mais apropriadamente se chamar de parábola do solo (Mateus 13.3-24).
O semeador saiu a semear. Ele plantou quatro punhados de sementes.
O primeiro punhado foi desperdiçado fora da plantação. E isto não inclui os cristãos, porque em todos eles já foi inoculada a semente do Evangelho.
O segundo grupo de sementes caiu sobre um terreno ruim, cheio de pedras. Este é o solo daqueles que são cristãos sem raiz e que, quando surge alguma tribulação ou perseguição, abandonam as palavras de Cristo.
O terceiro grupo de sementes foi plantado num solo cheio de espinhos. Este é o solo formado por aqueles ouvem as palavras de Cristo, mas se deixam sufocar pelos assuntos desta vida e seduzir pelas riquezas oferecidas. Por isto, não dão frutos dignos das palavras de Cristo.
O quarto grupo de sementes encontrou um solo bom. Este é o solo daqueles que ouvem as palavras de Cristo e procuram coloca-las em prática todos os dias das suas vidas.
Que tipo de solo sou eu?
Sou um solo interessado em receber apenas vantagens espirituais, pronto a cair fora do Evangelho se as coisas não dão certo, como queremos?
Sou um solo com um olho em Cristo e outro nas maravilhas do mundo?
Sou um solo fértil, onde as palavras de Cristo vicejam?
Para ser um solo fértil, eu preciso ser cultivado. Gosto de pensar que são as palavras de Cristo que fertilizam este solo. É a leitura da Bíblia que prepara o solo para dar frutos. O leitor atento da Bíblia pode ser comparado, então, a um homem que edifica a sua casa sobre a rocha.
Palestrante Pastor Marco A.Scandalo